Alkatiri Timor-Leste
O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, está em Portugal para lançar a 2ª edição actualizada do seu livro "Timor-Leste - O Caminho do Desenvolvimento", uma colecção dos discursos como chefe do Governo desde 2001. O livro é bem interessante e não resisto a citar aqui partes de um discurso (brilhante) na abertura das negociações com a Austrália sobre o petróleo do Mar de Timor.
"Pedimos à Austrália para se nos juntar num calendário concentrado, com negociações a realizarem-se todos os meses. Somos a nação mais pobre da Ásia, mas encontraremos os recursos suficientes para suportar este calendário. Pedimos à Austrália, que é o país mais rico da região, para fazer o mesmo. Mas, ironicamente, se a Austrália tiver problemas em organizar os recursos para um calendário de negociações mais comprimido, estamos preparados para ajudar, disponibilizando fundos provenientes da nossa parte actual dos recursos do Mar de Timor."
"A Austrália não é o único país a evitar a jurisdição internacional quando sente que a lei está contra as suas pretensões. A predominância do Direito não deve apenas ter em vista os mais fracos e os mais pobres. As nações mais poderosas deviam ser um exemplo."
"Mas a Austrália está a fazer algo que nenhum outro país fez nestas circunstâncias. Ao mesmo tempo que trava a possibilidade de uma resolução judicial sobre a nossa disputa marítima, a Austrália está unilateralmente a retirar recursos da área disputada."
"A anexação de Timor-Leste pela Indonésia foi ilegal e o fruto de um acto ilegal não pode ser válido. Timor-Leste não pode ser privado dos seus direitos territoriais devido a um crime. E estamos preparados para testar esta proposição em qualquer tribunal internacional escolhido pela Austrália."
"Eu acredito verdadeiramente que os nossos dois países podem resolver a disputa no Mar de Timor, desde que haja vontade política para o fazer. Se não, podemos recorrer à ajuda de amigos mútuos ou procurar outro mecanismo internacional."
"Pedimos à Austrália para se nos juntar num calendário concentrado, com negociações a realizarem-se todos os meses. Somos a nação mais pobre da Ásia, mas encontraremos os recursos suficientes para suportar este calendário. Pedimos à Austrália, que é o país mais rico da região, para fazer o mesmo. Mas, ironicamente, se a Austrália tiver problemas em organizar os recursos para um calendário de negociações mais comprimido, estamos preparados para ajudar, disponibilizando fundos provenientes da nossa parte actual dos recursos do Mar de Timor."
"A Austrália não é o único país a evitar a jurisdição internacional quando sente que a lei está contra as suas pretensões. A predominância do Direito não deve apenas ter em vista os mais fracos e os mais pobres. As nações mais poderosas deviam ser um exemplo."
"Mas a Austrália está a fazer algo que nenhum outro país fez nestas circunstâncias. Ao mesmo tempo que trava a possibilidade de uma resolução judicial sobre a nossa disputa marítima, a Austrália está unilateralmente a retirar recursos da área disputada."
"A anexação de Timor-Leste pela Indonésia foi ilegal e o fruto de um acto ilegal não pode ser válido. Timor-Leste não pode ser privado dos seus direitos territoriais devido a um crime. E estamos preparados para testar esta proposição em qualquer tribunal internacional escolhido pela Austrália."
"Eu acredito verdadeiramente que os nossos dois países podem resolver a disputa no Mar de Timor, desde que haja vontade política para o fazer. Se não, podemos recorrer à ajuda de amigos mútuos ou procurar outro mecanismo internacional."
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