Philip Roth sobre os bons leitores
"A única obrigação do escritor é a de escrever o melhor que pode. Ponto final. Não necessita de nenhuma justificação política, não tem de pretender mudar o mundo, porque a literatura não serve para nada, mas é tremendamente necessária. Viver sem ela é viver desprovido, no entanto, muitos vivem assim. A literatura, melhor, a ficção literária, não tem qualquer importância, pelo menos no meu país e cada vez são menos aqueles que disfrutam dela. Calculemos que cada ano que passam morrem 72 bons leitores e são substituídos por dois e no princípio não havia mais de 25 mil bons leitores. Isto não é anedota. Gente jovem que lê ficção de forma séria e que depois pensa quase não existe. Muitos gostariam, eu sei, mas não têm tempo. A maior parte é seduzida pelo ecrã mais do que pela folha impressa ou têm outras coisas para fazer com as quais se divertem mais. Daqui a alguns anos, os bons leitores serão tão poucos que serão como um culto - as 150 pessoas nos Estados Unidos que lêem «Anna Karenina», por exemplo."
Entrevista de Philip Roth ao jornal argentino "La Nación"
Entrevista de Philip Roth ao jornal argentino "La Nación"
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