09 janeiro 2006

Resposta a Rui Branco do Super Mário

Caro Rui Branco, os textos têm de ser lidos na sua totalidade e não de forma parcial em função do que nos dá jeito para fundamentar uma opinião a priori construída. Quando queremos ver perseguições na imprensa (que também as há), apontar o dedo a todos faz-nos entrar no domínio da demência e a perder qualquer tipo de razão. O pequeno texto publicado no “Público” e escrito por mim (António Rodrigues, jornalista da Lusa) era apenas um pequeno apontamento colocado em linha como complemento a um texto maior sobre os blogues e a sua influência ou falta de influência nesta campanha eleitoral (Ivan Nunes também lá vem citado, vejam bem!). Sem querer ser mais do que isso, começa por dizer no lead que “Cavaco Silva é o candidato mais citado” e sublinho a palavra “citado”, um pequeno pormenor, que, provavelmente, lhe deverá ter escapado, mais interessado que estava em ler o quinto parágrafo de forma tão atenta. Quando escrevi “citado”, queria dizer isso mesmo, “citado”. Ou seja, para o mal ou para bem, insultado ou elogiado, o nome de Cavaco Silva aparecia aquele número de vezes citado pelos bloggers. Compreendo, no entanto, a sua necessidade de apontar baterias ao quinto parágrafo de uma pequena notícia – muitas vezes também me sinto assim, frustrado porque este mundo não é bem como eu quero ou desejava que fosse –, aconselho-o a fazer como eu, resista, não vá directamente ao quinto parágrafo, comece sempre pelo primeiro, é que este às vezes surpreende-nos e é tal qual esperávamos.

António Rodrigues (malapatria.blogspot.com)

P.S. Não menospreze logo à partida o interesse dos “blogues americanos, finlandeses, bielorussos e neo-zelandeses” nas eleições presidenciais portuguesas. No Consulado de Helsínquia há 27 eleitores inscritos para votar, já para não falar dos 11123 eleitores inscritos nos Estados Unidos. E antes que me acuse de qualquer coisa, estava a ser irónico.

Ver o texto de Rui Branco no Super Mário.