Lema de campanha
O lema de campanha da candidatura presidencial de Cavaco Silva é muito elucidativa: "Portugal Maior". Não, "Portugal Melhor", mas "Portugal Maior". Não estranha vindo de um economista que sempre viu o país através do abstraccionismo dos números e que, portanto, é capaz de confundir "maior" com "melhor".
Uma vez que não devemos interpretar a frase à letra, imaginando uma qualquer invasão de Espanha ou a exigência diplomática da entrega de Olivença, "Portugal Maior" deve ser interpretada segundo o seu valor intrínseco.
Ora, os problemas de Portugal não são a sua dimensão, mas as dimensões a que lhe atribuímos em tempos de euforia ou de crise aguda. Portugal é maior ou menor em consequência do nosso estado de espírito. Ou seja, Portugal é sempre o mesmo, nós é que vamos mudando.
No entanto, como os nossos problemas existenciais não alteram a condição de Portugal, quando Cavaco Silva fala em "Portugal Maior" está realmente a falar em mudar a nossa percepção das coisas, a tentar levar-nos outra vez para o tempo da euforia. E não em transformar-nos num país melhor.
Olhando para Portugal como a velha história do copo com líquido até meio, Cavaco Silva quer fazer-nos crer que o copo que vemos meio vazio está, realmente, meio cheio. Quanto a fórmulas para o encher, o ex-primeiro-ministro não tem.
Portanto, o que a candidatura presidencial de Cavaco Silva pretende é uma manobra de prestidigitador, de ilusionismo: sem nada na manga, quer dar-nos a entender que o país vai mudar com ele, mas o que pretende é, com um simples truque, mudar tudo para que tudo fique igual, menos a nossa visão do problema.
Cavaco Silva não está interessado num Portugal melhor, porque se estivesse não se vangloriava da sua década no Poder, em que o país perdeu inúmeras oportunidades de se tranformar num país moderno, verdadeiramente europeu, e não numa nação que fez as estradas todas para melhor transportar os seus produtos para a Europa e esqueceu-se de investir nas indústrias para os produzir.
Todos aqueles fundos europeus deixados a correr à solta tiveram uma única consequência: hoje continuamos tão dependentes de sectores de mão-de-obra intensiva como antes, com a agravante de que esta deixou há muito de ser competitiva.
Nem o exemplo da Irlanda faz corar Cavaco Silva e os cavaquistas quando falam com a boca cheia da sua "OBRA". Qual? Todas essas estradas a que os governos recorrem como salvação para o défice crónico do aparelho do Estado? Taxando com outro imposto indirecto os pobres ordenados que um dia Cavaco Silva também prometeu aproximar da média europeia.
Cavaco Silva teria de morder a língua se o seu lema de campanha fosse "Portugal Melhor" ou então teria de reconhecer que a sua década no poder falhou e todos estes anos de reflexão como professor de economia e cidadão lhe permitiram descobrir outras formas de melhorar este país.
Com "Portugal Maior" está apenas a dizer mais do mesmo: para quê ter um país desenvolvido se podemos ter a maior árvore de Natal da Europa?!
Uma vez que não devemos interpretar a frase à letra, imaginando uma qualquer invasão de Espanha ou a exigência diplomática da entrega de Olivença, "Portugal Maior" deve ser interpretada segundo o seu valor intrínseco.
Ora, os problemas de Portugal não são a sua dimensão, mas as dimensões a que lhe atribuímos em tempos de euforia ou de crise aguda. Portugal é maior ou menor em consequência do nosso estado de espírito. Ou seja, Portugal é sempre o mesmo, nós é que vamos mudando.
No entanto, como os nossos problemas existenciais não alteram a condição de Portugal, quando Cavaco Silva fala em "Portugal Maior" está realmente a falar em mudar a nossa percepção das coisas, a tentar levar-nos outra vez para o tempo da euforia. E não em transformar-nos num país melhor.
Olhando para Portugal como a velha história do copo com líquido até meio, Cavaco Silva quer fazer-nos crer que o copo que vemos meio vazio está, realmente, meio cheio. Quanto a fórmulas para o encher, o ex-primeiro-ministro não tem.
Portanto, o que a candidatura presidencial de Cavaco Silva pretende é uma manobra de prestidigitador, de ilusionismo: sem nada na manga, quer dar-nos a entender que o país vai mudar com ele, mas o que pretende é, com um simples truque, mudar tudo para que tudo fique igual, menos a nossa visão do problema.
Cavaco Silva não está interessado num Portugal melhor, porque se estivesse não se vangloriava da sua década no Poder, em que o país perdeu inúmeras oportunidades de se tranformar num país moderno, verdadeiramente europeu, e não numa nação que fez as estradas todas para melhor transportar os seus produtos para a Europa e esqueceu-se de investir nas indústrias para os produzir.
Todos aqueles fundos europeus deixados a correr à solta tiveram uma única consequência: hoje continuamos tão dependentes de sectores de mão-de-obra intensiva como antes, com a agravante de que esta deixou há muito de ser competitiva.
Nem o exemplo da Irlanda faz corar Cavaco Silva e os cavaquistas quando falam com a boca cheia da sua "OBRA". Qual? Todas essas estradas a que os governos recorrem como salvação para o défice crónico do aparelho do Estado? Taxando com outro imposto indirecto os pobres ordenados que um dia Cavaco Silva também prometeu aproximar da média europeia.
Cavaco Silva teria de morder a língua se o seu lema de campanha fosse "Portugal Melhor" ou então teria de reconhecer que a sua década no poder falhou e todos estes anos de reflexão como professor de economia e cidadão lhe permitiram descobrir outras formas de melhorar este país.
Com "Portugal Maior" está apenas a dizer mais do mesmo: para quê ter um país desenvolvido se podemos ter a maior árvore de Natal da Europa?!
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