O mistério das caixas de fósforo
"Comprar uma caixa de fósforos é, em circunstâncias normais, um gesto banal e barato, mas desde há uma semana, na capital de Cabo Verde, passou a ser missão quase impossível ou demasiado cara.
De repente, os fósforos desapareceram das mercearias da Cidade da Praia para surgirem, ainda que raramente, nas mãos de vendedores ambulantes que vendem cada caixa por 30 ou 40 escudos cabo-verdianos (30 a 40 cêntimos de euro).
Isto, quando o preço das embalagens de 12 caixas de fósforos, numa situação normal, custa o preço a que agora é vendida cada uma. Para resolver o problema, começou a corrida aos isqueiros e estes não só ficaram mais caros, por vezes mais 50 escudos cabo-verdianos, como se tornaram raros, embora menos do que os fósforos.
O “mistério” dos fósforos desaparecidos começou, por estes dias,a ser alvo de uma investigação colectiva. As versões vão-se acumulando à medida que os dias passam. Em algumas mercearias da Cidade da Praia, ouvem-se as mais estranhas explicações para o fenómeno, sendo a mais bizarra a que aponta para a existência de um insecto que anda a comer a cabeça dos fósforos.
Josefina Teixeira, doméstica, andava à procura, sem sucesso, de “pelo menos uma caixinha” para desenrascar, numa das várias mercearias da Achada de Santo António, na Cidade da Praia. Não sabia a razão do desaparecimento, mas sabia, “agora”, umacoisa simples: “Nunca tinha pensado, na minha vida, que uma caixa de fósforos fosse tão importante!”.
Arlinda Semedo, outra dona de casa “desesperada” com “esta coisa de não haver fósforos na cidade”, disse à Lusa que há pessoas a comprar caixas por 40 escudos, incluindo ela, que “ainda por cima”, teve de dividir a “preciosidade” com uma parente.
A Agência Lusa tentou junto do único importador de fósforos na Cidade da Praia saber a origem desta insólita situação, mas a única resposta que obteve foi a confirmação de que o produto é “actualmente escasso” na cidade... e no país.
No entanto, uma fonte “mais ou menos” conhecedora dos meandros do “mistério” adiantou como razão para o desaparecimento dos “pauzinhos mágicos” o facto de o importador estar à procura de novo fornecedor porque a empresa portuguesa que os exportava para Cabo Verde impôs um aumento severo no custo da mercadoria.
A ruptura dos “stocks” aconteceu igualmente na maioria das ilhas do arquipélago e uma das principais dores de cabeça das populações mais pobres, é que para acender os candeeiros a petróleo usados no país, na falta de electricidade, são precisos fósforos.
Em jeito de desabafo, um cidadão da Praia lamentou-se pelo facto de não haver fósforos, mas logo ironizou: “Não há fósforos, mas quem quiser comprar um carro topo de gama basta ir ao “stand” mais próximo...”. "
Rafael Bordalo in Agência Lusa
De repente, os fósforos desapareceram das mercearias da Cidade da Praia para surgirem, ainda que raramente, nas mãos de vendedores ambulantes que vendem cada caixa por 30 ou 40 escudos cabo-verdianos (30 a 40 cêntimos de euro).
Isto, quando o preço das embalagens de 12 caixas de fósforos, numa situação normal, custa o preço a que agora é vendida cada uma. Para resolver o problema, começou a corrida aos isqueiros e estes não só ficaram mais caros, por vezes mais 50 escudos cabo-verdianos, como se tornaram raros, embora menos do que os fósforos.
O “mistério” dos fósforos desaparecidos começou, por estes dias,a ser alvo de uma investigação colectiva. As versões vão-se acumulando à medida que os dias passam. Em algumas mercearias da Cidade da Praia, ouvem-se as mais estranhas explicações para o fenómeno, sendo a mais bizarra a que aponta para a existência de um insecto que anda a comer a cabeça dos fósforos.
Josefina Teixeira, doméstica, andava à procura, sem sucesso, de “pelo menos uma caixinha” para desenrascar, numa das várias mercearias da Achada de Santo António, na Cidade da Praia. Não sabia a razão do desaparecimento, mas sabia, “agora”, umacoisa simples: “Nunca tinha pensado, na minha vida, que uma caixa de fósforos fosse tão importante!”.
Arlinda Semedo, outra dona de casa “desesperada” com “esta coisa de não haver fósforos na cidade”, disse à Lusa que há pessoas a comprar caixas por 40 escudos, incluindo ela, que “ainda por cima”, teve de dividir a “preciosidade” com uma parente.
A Agência Lusa tentou junto do único importador de fósforos na Cidade da Praia saber a origem desta insólita situação, mas a única resposta que obteve foi a confirmação de que o produto é “actualmente escasso” na cidade... e no país.
No entanto, uma fonte “mais ou menos” conhecedora dos meandros do “mistério” adiantou como razão para o desaparecimento dos “pauzinhos mágicos” o facto de o importador estar à procura de novo fornecedor porque a empresa portuguesa que os exportava para Cabo Verde impôs um aumento severo no custo da mercadoria.
A ruptura dos “stocks” aconteceu igualmente na maioria das ilhas do arquipélago e uma das principais dores de cabeça das populações mais pobres, é que para acender os candeeiros a petróleo usados no país, na falta de electricidade, são precisos fósforos.
Em jeito de desabafo, um cidadão da Praia lamentou-se pelo facto de não haver fósforos, mas logo ironizou: “Não há fósforos, mas quem quiser comprar um carro topo de gama basta ir ao “stand” mais próximo...”. "
Rafael Bordalo in Agência Lusa
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