26 setembro 2006

Darío Silva

Reunia tudo o que tem de bom e mau do futebol uruguaio, principalmente nos últimos anos. A capacidade de deliciar os espectadores, de tratar bem a bola, de marcar golos bonitos, desses para ficar na memória, conjugadas com uma estranha propensão a alhear-se do jogo, a tentar resolver individualmente as coisas que, no futebol, a maior parte das vezes, resultam melhor colectivamente. Darío Silva era capaz, igualmente, como todos os latinos, de se perder em discussões inconsequentes e picardias desnecessárias. O Portsmouth inglês tinha sido a sua última etapa futebolística. Dispensado no final da época passada, com 33 anos e sem clube, o jogador uruguaio passava férias no seu país. No domingo teve um acidente na Rambla de Montevideu - o carro que conduzia embateu a 100 quilómetros por hora contra um poste de iluminação e ele foi impelido pelo ar. Internado no hospital com uma fractura exposta, a dimensão da lesão obrigou os médicos a amputar-lhe a perna para lhe salvar a vida.