Ainda as caricaturas
Os pedidos de desculpas, as lamentações, os adjectivos de imprudentes dirigidos aos jornalistas e jornais que publicaram as caricaturas, sucedem-se a um ritmo vertiginoso no Ocidente. Os ecos vociferantes provenientes dos países árabes levam os Governos, as instituições, as organizações, os cidadãos a saltarem a terreiro para põr água na fervura com um ligeiro (ou mais acentuado) curvar perante os muçulmanos indignados.
Quanto mais nos encolhermos frente à chantagem das ruas árabes, quanto mais nos apressarmos a pedir desculpas por pensar de forma livre, mais difícil se torna a reforma do mundo islâmico. Os nossos pedidos de desculpas para acalmar os vociferantes, encostam à parede as vozes moderadas que existem no islamismo. Estamos a prestar um mau serviço à causa do Islão moderado, fornecendo lenha para queimar as vozes discordantes nos países islâmicos. Como se sentirá hoje um imã, um académico, um estudante muçulmano que defenda a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade religiosa, o laicismo - muitas vezes arriscando o próprio pescoço - quando o Ocidente, costas dobradinhas e queixo quase tocando o chão, pede desculpas aos que queimam bandeiras, insultam, ameaçam, usam armas como argumento? Eu se fosse um intelectual muçulmano moderado sentir-me-ia hoje muito triste.
P.S. Vergonha maior ainda ao saber que o director do "France Soir" foi despedido por ter publicado as 12 caricaturas de Maomé em solidariedade com o diário dinamarquês "Jyllands-Posten" que em primeiro lugar as publicou.
Quanto mais nos encolhermos frente à chantagem das ruas árabes, quanto mais nos apressarmos a pedir desculpas por pensar de forma livre, mais difícil se torna a reforma do mundo islâmico. Os nossos pedidos de desculpas para acalmar os vociferantes, encostam à parede as vozes moderadas que existem no islamismo. Estamos a prestar um mau serviço à causa do Islão moderado, fornecendo lenha para queimar as vozes discordantes nos países islâmicos. Como se sentirá hoje um imã, um académico, um estudante muçulmano que defenda a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade religiosa, o laicismo - muitas vezes arriscando o próprio pescoço - quando o Ocidente, costas dobradinhas e queixo quase tocando o chão, pede desculpas aos que queimam bandeiras, insultam, ameaçam, usam armas como argumento? Eu se fosse um intelectual muçulmano moderado sentir-me-ia hoje muito triste.
P.S. Vergonha maior ainda ao saber que o director do "France Soir" foi despedido por ter publicado as 12 caricaturas de Maomé em solidariedade com o diário dinamarquês "Jyllands-Posten" que em primeiro lugar as publicou.
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